A gente movimenta o amor....


Fui apresentada ao budismo no auge da depressão e síndrome do pânico.
Resolvi dar um tempo de tudo e todos, pra tentar me curar.
O que me custou o convívio em casa e em família.

Eu estava particularmente agressiva. E via o quão eu fazia mal as pessoas ao meu redor.

Eu nunca havia tido sequer uma discussão com a minha irmã. Em 30 anos de convivência.
E tive a primeira e única semanas antes de descobrir que ela estava com câncer.

Ao telefone ela me disse a palavra que dilacerou meu coração: - Maligno.
Enquanto ela me explicava o que os médicos disseram, eu me recordava das aulas de radioterapia, e das aulas de onco do curso Tecn. em Radiologia no qual eu sou formada.

A palavra maligno ecoava pela minha mente, minha alma, meu coração... arrebentando tudo.
E eu queria ter certeza. Embora não quisesse falar com ela sobre metastase e tudo mais.
Conversei rapidamente via internet com meu cunhado. MALIGNO.

E eu senti que a estava perdendo. 

Liguei dizendo que iria visitá-la. Não consegui.
Me deu dor de barriga.
Fiquei o dia todo pensando no que dizer a ela e correndo pro banheiro.

Por fim. Foi ela quem me disse "Toma limão com água que passa. Deve ter sido algo que você comeu".
Que nada. Ataque de ansiedade. Não consegui nem ao menos visitar a minha irmã.

A vi depois. Na casa da mãe. 
Eu só conseguia pensar duas coisas:
- Porque ela? Ela é a mais tranquila e saudável de todas nós. Porque ela?
- E como ela consegue ser tão bonita no auge de seus cinquenta anos e mesmo careca? Tão mais bonita que eu...

Eu me agarrei ao buda, aos budas na verdade. Nitiren e Sirdarta.
Fiz minhas orações, do meu jeito torto.
E então vi uma reportagem no fantástico. De um homem que alegrava a sua esposa tirando fotos pelo mundo num tutu rosa.

Enquanto isso eu conversava com a minha melhor amiga, Juliana, sobre a descoberta da ocitocina. E como auxilia em tratamentos de depressão.. e inclusive câncer.
A ocitocina é liberada através de excitação e emoção.

Juntando isso tudo eu fiquei pensando que eu poderia auxiliar a minha irmã se a fizesse uma surpresa antes da químeo. E depois fui mais longe...
Aliada a minha crença do budismo, que nós podemos mudar o nosso karma através de manifestações de amor.. eu pensei.. Porque não?

Se girarmos o mundo em oração... Podemos conseguir a cura?? Pra sempre?
Com 10 dias de projeto, minha irmã teve retorno na oncologista e me contou, sem saber de nada, que ela diminuiu a quantidade de quimeo (ela estava radiante ao dizer isso. Chorei de alegria), faltariam somente 2 seções.

Ela ainda não viu nada disso. Estou montando um livro e um mapa (com a ajuda de minha amiga ANINHA).Ela receberá esse livro contendo todas as fotos que me foram enviadas ao redor do mundo no dia 11. Dia de sua próxima químeo.

E eu sei que tantas manifestações de generosidade e de amor aceleraram a cura dela. E eu sou tão grata que não tenho palavras pra agradecer. 

É muito lindo pensar, giramos o mundo, movimentando o amor a favor da saúde da minha irmã.

Gratidão,

Nanda



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